Oi Vanessa, tudo bem? Quando li sobre este convite no teu blog, já me vieram inúmeras situações à cabeça. As mulheres normalmente são muito competitivas, mas essa competição de mães é algo realmente ridículo.
Falo isso sem medo de ser injusta, porque toda mãe, em menor ou maior grau, compete, mesmo que silenciosamente com as outras mães.
Às vezes fazemos isso instintivamente, como forma de proteção, às vezes somos meio empurradas à essa situação. Já na primeira consulta do pré-natal, você chega sem muita vontade de dar papo pra ninguém, mas aí a gente fica naquela sala pequena, um monte de mulher barriguda junto, algumas disfarçam lendo uma "Pais & Filhos" de março de 1982, mas na verdade estão todas "se medindo."
Se alguém puxar assunto é certo que de cara iniciará com uma comparação: "Eu estou com 12 semanas, você com essa barriguinha quase invisível deve estar bem no início, né?" Corre sempre o risco de levar uma resposta atravessada tipo: "Não sua gorda, estou com 12 semanas também!" Mas a verdade é que existem comparações do tamanho da barriga mesmo que o tempo de gestação seja completamente diferente.
Ao longo das consultas, vamos reencontrando as mesmas pessoas e essa "intimidade" só acirra a disputa. Desde o resultado do exame de sangue até o tamanho do bebê no último ultrassom, tudo é minuciosamente comparado.
Nesta época, da gestação, acredito que esta competição seja um sintoma comum, como a dor nas costas e os pés inchados. É uma maneira de puxar assunto, pois que outro assunto duas grávidas completamente estranhas teriam para conversar? Mas depois que o bebê nasce, esse joguinho começa a ficar cruel e parte de todos os lados, inclusive (quase sempre) da própria família.
"Você não vai fazer parto normal? Eu tive meus 18 filhos de parto normal, em casa, sem médico só com a parteira e tô aqui, vivinha..." É mesmo uma pena, você pensa. "Tua irmã teve o bebê dela de parto normal, você vai fazer cesárea porque? É frescura!" Mas ninguém quer saber se você sofre de pré-eclâmpsia ou que seu bebê é enorme, só que você é uma fresca que não quer sentir dor, como se numa cesárea você permanecesse anestesiada durante toda a recuperação.
Se você decidiu não amamentar o seu filho até ele entrar para o quartel assim como aquela sua prima, você será condenada por ser uma mãe completamente desnaturada, ninguém vai se lembrar daqueles 6 meses em que você amamentou com todo amor, carinho e dedicação o seu filhote.
Se parar de trabalhar para cuidar do filho, é dondoca, preguiçosa e tá é a fim de viver às custas do pobre coitado do marido. Se resolve colocar seu filho numa creche e continuar trabalhando, é uma mãe desnaturada, que coloca a vida profissional acima do bem estar do filho. As comparações passam a ser cobranças cruéis e fazem você se sentir a pior mãe do mundo, não importa a circunstância ou a situação.
Depois começam as comparações dos bebês: o peso ao nascer, o quanto fulaninho mama e a fulaninha só dorme, o peso aos 2 meses, aos 4 , aos 6 e assim sucessivamente... Se um bebê tem menos peso que o outro, é certamente porque a mãe não cuida dele direito, provavelmente não o amamenta e certamente trabalha fora. Não, é só o bebê que nasceu um pouco menor, se alimenta bem e é mais magrinho por natureza. Agora se o bebê em questão for gordinho, lindo, bochechas rechonchudas e rosadas, é porque a mãe só dá porcarias pra ele comer e está deixando ele obeso...
E assim por diante, todas as etapas do desenvolvimento são rigorosamente comparadas e não importa o quão lindo, sadio, esperto e inteligente o seu bebê seja, sempre haverá alguém pra dizer que você está fazendo alguma coisa errada e fazer você se sentir uma péssima mãe.
Isso cansa, irrita. Ninguém é igual a ninguém e o que serve pra mim não tem que servir necessariamente pra outra pessoa. Cada mãe ama seu filho do jeito que sabe, que pode. Não podemos ficar julgando as pessoas sem saber dos seus motivos, das suas necessidades, das suas carências e limitações. Em comum, temos só o grande amor por nossos filhos.
Tuka Siqueira - Competição de mamães
Mãe do Allyson, 22 anos; Yasmin, 14 anos, Aline e Camila, 2 anos e 7 meses e Letícia 1 ano e 1 mês.
Tuka é uma blogueira que admiro bastante. Exemplo de garra, superação. Já falei inúmeras vezes para ela o quanto a considero guerreira, mas acho que seria injusto não repetir aqui. Além disso ela transforma cenários (como um dia comum), reflexões e seu próprio cotidiano em poesia (ô mulher pra escrever bem!) . Quer conhecer mais um pouquinho? Clica aí KTRALHAS e/ou siga:@tukasiqueira Ficou com vontade de participar também? Clica aí >>>
16 comentários:
Vanessa,
Vc tem toda a rezão !!! A Tuka é uma mulher guerreira, e como ! Passei a admirá-la a cada post que lia em seu blog. E ela escreve muito bem mesmo !!!
Tuka, obg por nos presentear com mais esse belo texto. E vc está cobertíssima de razão... em todas as suas palavras. ô coisinha chata é essa competição maternal... as comparações e pitacos na nossa visa, nem se fala ! Obg por nos presentear com mais uma bela leitura...
Obrigada Vanessa pelo espaço e carinho, vou ficar viciada em tanto elogio!
Boa semana pra você!!!
Beijos
Vanessa,
Tem presentinho para vc no Amar ser Mãe ! Bjinhos
Tuka,
parabéns....
recebemos bombardeios diários de pessoas q n vivem sobre nosso tempo, mas somos mães, sabemos o q é melhor para nossos filhos.
amei o q vc disse..bjs
Oi meninas (Van e Tuka). Adorei o post, mas nem tudo eu acho que é competição. Eu mesma, na gestação, sempre ligava para uma amiga grávida (e tb procurava na internet) referências sobre o tamanho do bebê de acordo com as semanas. Mas isso era única e exclusivamente para eu saber se estava tudo bem com a minha bebê, já que como mãe de primeira viagem, sempre ficava preocupada, insegura.
Eu acho que tanto para esse universo quanto para qualquer outra situação da vida, o lema é respeitar o próximo. Como aquariana e libertária que sou, odeio radicalismos. Não gosto da bandeira do parto normal como se só assim pudesse dizer que pariu ou das pessoas que defendem a cesária por achar a outra opção primata demais. Pessoas que acham que não entrar com papinha aos quatro meses é deixar seu filho morrer de fome ou que se não amamentar é ser menos mãe, não são legais. Seja por uma questão de escolha ou falta dê. As pessoas devem respeitar as vontades, as crenças, o idealismo das outras e NUNCA julgar.
Eu mesma, sou adepta da amamentação exclusiva e de livre demanda, mas sempre tive muito cuidado para escrever sobre isso pq sei o quanto é difícil uma mãe querer amamentar e não conseguir (seja por qual motivo for). Enfim, aceitar o diferente é a beleza da vida.
Beijos e ótima semana para vocês.
Tuka falou sobre sua participação lá no Ktralhas e de quebra ainda elogiou a mãe que aqui escreve. Tem como não ficar feliz com uma amiga como ela? Confere lá http://ktralhas.blogspot.com/2010/11/competicao.html
Tah, esse bombardeio que vem das vovós, tias e etc, embora seja pensando em ajudar é bastante chato e às vezes confunde uma mãe de primeira viagem. Eu já sou "macaca véia" e ainda assim fico confusa às vezes.
Dê, concordo com vc que quando estamos grávidas e mesmo depois quando já temos nosso bebê nos braços somos muito ansiosas e queremos ter parâmetros para saber se as coisas estão indo bem com o nosso bebê e buscamos isso nas outras mamães. Isso é uma coisa. Agora levantar bandeiras como vc diz, do parto nnormal, da amamentação, de largar emprego pra cuidar de filho, já é tortura psicológica. Dos meus 5 filhos, só as gêmeas nasceram de cesárea porque não teve outro jeito, não entendo mães que preferem fazer uma cirurgia ao parto normal. Mas a escolha é de cada uma. O fato de eu não entender não significa que eu me julgue melhor, significa só que eu não entendo. Mas muitas mães falam sobre isso como se fosse um requisito básico para ser uma boa mãe. Essa competição é que cansa e às vezes machuca.
Ó eu, escrevendo mais um post...
Excelente texto Tuka.. e parabéns Nessa por abrir este espaço..
Tudo que é demais sempre é prejudicial... Tive 3 filhos todos de parto normal, mas qdo minha filha disse que iria fazer cesárea, apoiei a decisão dela.. Qtos as "avós intrometidas" acho que acabei virando uma delas.. É que como o meu caçula é BB tbém, tudo é muito recente...é dificil não dar pitaco em algumas coisas... claro que a palavra final é sempre da filha... mas acabo achando que poderia ser diferente...
Bjos
@MariseMaia
Oi Vanessa,
amei o post da Tuka.
Essa competição é um saco mesmo. Li um livro muito legal que reporta isso de forma engraçãda chamado Mães em Guerra.
Valeu muito esse post. Foi uma leitura ótima.
Ah, é muito legal ganhar os selinhos, né? Eu adoro. Me sinto super acariciada.
beijos
Chris
http://inventandocomamamae.blogspot.com/
AMEI o post da Tuka!
apesar de sempre ter essa competição, admiro as mães que defendem seus ideiais com todas as forças! acho que isso também é importante :)
a Tuka é demais, quando crescer quero ser como ela, cheia de filhos hihi! muitos beijos para as duas =*
oi Van e Tuka nossa lendo o post da Tuka lembrei quando fiquei gravida viu, é bem assim mesmo, nossa a Tuka falou tudo, as vezes a gente não quer fazer comparações ou exibir os nossos filhos, mas isso muitas vezes acontece porque é natural e como amamos nossos filhos e são os nossos trofeus fica acontecendo isso, mas como digo é natural da mãe mesmo e é como a Tuka diz vem de outros tempos mesmo...beijo, amei o post e como sempre a Dona Tuka sabe escrever muito bem, nossa fico admirada viu....beijos nas duas e nos seus filhotes lindos!
Estou adorando essas participações especiais no seu blog, parabéns!!!
Genteeeee que post excelente! Sabe aquelas coisas q vc sabe e que fica guardado do pra vc? Assim que me senti... afs ja comparei mto e ja fui mt comparada, e, tem situações que realmente chateiam...
Dorei o post... e Tuka que pessoa linda vc é! Vanessa parabens pelo espaço aberto...
Bjs
Ótimo texto da Tuka!
Adorei a iniciativa!
tOTAL MERECIMENTO DE HOMENAGENS
AMO E ADMIRO
MIL BEIJOS
NESSA TEM SELO PRA VC NO BLOG BEIJOS
Ih Tuka, que chic! Participando de outros blogs! Amei!
Amo a Tuka, de vdd, vejo nela uma garra, uma força imensurável. Algo que eu sei que não tenho. Mãe de uma prole gigantesca. Que força!
Isso tudo, além de outros percalços.
No que se refere à competição materna... nem me fala... aqui na minha vidinha é saber quem engordou menos, claro que eu perdi de lavada, fiquei na lanterna... kkkkk
'E quem estimula mais o filho especial?
E quem dá uma alimentação melhor? Se tá gordo é pq a mãe é uma safada!' ---> Eu sofro!
Sem contar com as opniões que não pedimos e nem queremos escutar... como faz? Como lidar?
Beijos nas Duas mães maravilhosas que vcs são!
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