Meu nome é Isabela, mas as pessoas geralmente me conhecem por Kira, tenho 20 anos, sou mãe da Beatriz de 1 ano e quase 1 mês. E escrevo no Blog Para Beatriz.
Vim aqui falar um pouco da minha história, e da minha experiência mais louca, ser mãe.
A minha experiência de mãe, na real começou quando eu tinha 11 anos. Pelo fato de eu perder a minha mãe. Digamos que foi um pouco traumático isso, mais do que seria o normal, minha mãe faleceu comigo sozinha em casa, foi eu quem fiz os primeiros socorros, chamei ajuda, e todas essas coisas. Logo após a minha mãe falecer, meu irmão se casou e trouxe junto com a esposa um bebê para a casa, eu ajudava a cuidar, ela era linda. Meu irmão se mudou e ficou só eu e meu pai na casa, meu pai descobriu que tinha Mal de Parkinson, então ficou eu por volta dos 13 anos, cuidando do meu pai com problemas de saúde. Quando eu tinha 15 anos, meu pai se casou novamente, e mesmo não querendo assumir era a minha oportunidade para ser uma revoltada sem causa. Sai muito, conheci muita gente, e fiz muita merda. Meu pai se divorciou, e ficamos novamente só eu e ele, e a responsabilidade era maior, como o Mal de Parkinson é uma doença degenerativa, piora a cada dia mais. E eu me tornei meio mãe do meu pai. Cuidar, ter a responsabilidade de fazer a comida para ele almoçar/jantar, levar ao médico, brigar por ele ser muito teimoso, essas coisas.
Nunca tive vontade de ser mãe, de pensar no nome dos filhos, fazer planos, a cada namoro ou coisa do gênero pensar em como seria os filhos, fazer planos, nunca. No máximo pensava " Se nada der certo até os 25, eu engravido"
Com quase 18 anos, eu conheci o Robson, na real eu já o conhecia. Ele já tinha um filho, tinhamos contato, mas não frequênte. Decidimos morar juntos, por causa da doença do meu pai, não tinha como eu sair muito essas coisas. Ele veio morar aqui em casa comigo, e depois de um tempo descobri que estava grávida. Já sabíamos, só faltava confirmar. Pelas minhas contas, 3 meses.
Começamos o pré Natal pelo SUS. Demora, demora e demora. Quando fiz o primeiro Ultrassom, descobrimos que não era 3 meses, mas sim 5 meses. Eu tecnicamente desempregada, vivendo de freelancer, ganhando pouco. Por sorte, tive muita ajuda, do meu pai, dos meus amigos, minhas tias, meu irmão. O enxoval foi feito por todas essas pessoas, e ficou do jeito que eu queria.
Durante minha grávidez minha " ficha não caiu" direito, agia como grávida, usava roupas de grávida, frequentava loja de grávidas, tinha todas as crises de grávida. Mas minha vida continuava normal, saiamos para as noitadas, nunca passei mal, minha pressão nunca subiu, ganhei pouco peso, então minha vida não mudou muito com a gravidez. E eu tive uma grande dificuldade na gravidez, que TODO mundo me criticava, eu não conversava com a minha barriga, nunca, nenhuma palavra, nada, não conseguia. Quando chegou mais ou menos nos 8 meses de gestação, a dúvida que rolou forte aqui foi: Como essa criança vai nascer?
Queria um parto normal, não pela beleza, não para fazer um registro lindo no blog, nada disso. Pela facilidade, eu tinha um pai para cuidar, não conseguia me imaginar sem poder ajudar ele por causa de pontos.
Nasci com um problema sério no coração, na época (1990) era raro, operei com o melhor cirurgião de São Paulo, um tipo de cirurgia rara também, fui a única que sobrevivi. E quando fui procurar meu cardiologista aqui em Campinas, tive a noticia de que não poderia ter um parto normal, porque meu coração não aguentaria.
(Uma breve explicação: em uma pessoa normal, uma parte do coração a mais forte bombeia sangue para o corpo todo, e a parte mais fraca bombeia o sangue para o pulmão. Eu nasci com as artérias todas "emboladas" e para voltar ao normal, ou mais perto disso, ficou assim: a parte mais forte do meu coração, bombeia sangue para o meu pulmão, e a mais fraca, para o corpo todo!)
Descartado o parto normal, o que restou foi uma cesárea.
O dia chegou, e foi tudo normal, espera, cesarea, ver aquela bebê gorda. Eu então com 19 anos, pensava como aquilo era surreal, uma parte minha, a minha melhor parte. Eu era mãe.
Os primeiros meses da Beatriz foram difíceis, como de todos os bebês, a falta de costume da mãe, o sono do bebê, as cólicas. Mas o que eu mais ouvi, até hoje, é como tudo parece fácil quando eu falo, escrevo sobre, como tudo parece ser bom. E é.
Eu decidi não ficar remoendo, curtindo as partes ruins de ser mãe, porque existem. Prefiro as boas, as coisas ruins, quando você deita na cama, e dorme, passa. As boas prevalecem, te dão força para continuar.
De todas as experiências que eu tive na minha vida, ser mãe, foi a de longe a mais louca. Eu nunca amei tanto alguém como amo a minha filha. A Beatriz mudou a minha vida, os meus conceitos, minhas prioridades.
Decidi ser uma mãe presente, entendo quem trabalhe fora, afinal cada sabe das suas necessidades. Minha vida não é 100%, não compro tudo que preciso. Mas decidi ficar com minha filha em casa, cuidar, dar banho, papinha, dormir junto. Por mais que eu não possa dar tudo que eu queira dar para ela, comprar todas as roupas lindas que vejo por ai para ela, acho que o meu momento agora, é com ela.
Amamentei exclusivamente até os 6 meses, e até hoje ela só mama no peito, nenhum outro tipo de leite.
Pra mim, isso não vai voltar, não vai ter uma segunda vez, então aproveito ao máximo o AGORA.
Como de costume, faço um pequeno resumo após a participação. Mas no caso da KIRA eu me recuso. E ela vai entender o motivo. Talvez ela nem se lembre. Mas eu lembro e vou fazer questão de contar. Assim que criei o twitter para ver qual era dessa modinha, decidi seguir a KIRA. Depois de um tempo, fazendo a limpa, vi que ela não me seguia e decidi dar unfollow. Até que me apaixonei pelo blog da Beatriz. Quando vejo: A KIRA! Aquela pessoa tão misteriosa pra mim (de poucas palavras e até "antipática", pensava eu) era a mãe da gata em questão e que escrevia com tanto amor. Decidi ficar quietinha e comentar no blog. Gostei, ué... Pq não? E então, a pessoa de poucas palavras vem até esse humilde blog e PARTICIPA. E, nessa participação, conta um pouco do que é ser mãe, de uma forma completamente diferente. KIRA, desejo que saiba que desde o momento que li o seu texto te admirei. Me culpei por julgar a primeira impressão. E quero deixar aqui registrado que você ganhou uma fã. Sempre que desejar fazer uso desse blog, sinta-se em casa. Saúde para você, Beatriz e família.
Quer conhecer um pouco mais a KIRA? É só clicar no lay do blog dela aí embaixo!
5 comentários:
Ahhhh você me surpreendeu novamente! haha
Aguentei o fim de semana morrendo de curiosidade, e nossa, adorei!
Eu não sabia dessa história do unfollow =(
Beijos
Tinha feito um comentário super meigo e tál, e antes de postar sumiu!
Bom, queria dizer que foi bem mais do que eu esperava, eu realmente fiquei surpresa. Não me lembrava desse lance do Unfollow, mas olha, eu não sou tão chata assim! hahahaha
Beijos
A blogosfera é mesmo surpreendente!
A ISABELLA é uma das maes que eu me identifico muuuuuuuuito, mas muito mesmo.
Linda, sem frescura e com uma maternidade ativa d dar inveja.
E sem contar que a Bia é uma mini DEUSA, né ahaha
Tiro meu chapéu pra essa guria. Sinto nas suas palavras o quanto vc se supera a cada dia. Sem falar que visito seu blog sempre embora não comente. Eu me emocionei muito com a festa de um ano que vc fez pra Bia, sabia? Vc sempre dá o melhor para ela. Eu morro de orgulho de pessoas como você.
Também sou fã :o)
Um beijão.
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