Certa vez li algo falando exatamente disso aí e resolvi expressar a minha humilde opinião...
Tem que ser corajosa(o) para conhecer o céu/inferno que é a maternidade/paternidade.
Não é fácil, mas também não é difícil. Não é um mundo colorido mas também não é o umbral. Não vai sobrar muita coisa na sua carteira, mas também não é o motivo pela qual ela ficará vazia. Você passará por testes constantes: "Tua paciência tem limite?", "O quanto de adrenalina teu coração suporta?", essas coisas...
Estará sob constante julgamento alheio, para quem tá de fora você jamais será perfeita... aliás porque diabos mesmo você é mãe?
E isso não é nem 0,5% do manual. Te garanto que você viverá 10% do mesmo e terá vontade constante de atropelar qualquer engraçadinho que te pegue num péssimo dia e tente dar uma despretensiosa ajudinha verbal. Se olhar recriminando um ataque no estilo terrible two você marca a fisionomia do indivíduo e atropela depois.
E então vai encarar?
Ser mãe não é para fracas e muito menos para amadoras.
É muito bonitinha a frase "quando nasce uma criança nasce com ela uma mãe" ou algo do tipo, mas não se iluda... É MENTIRA!
Ao sair do hospital você não é mãe, se teu filho tem 2, 20, 40 anos... você também não é A MÃE! E não será nunca!
Ser mãe é aprendizado, é algo diário, é muito instinto e também estudo. E apesar de tanto esforço você jamais verá 10 no CR. E o critério de avaliação é complexo. Na banca existem muitos: marido, mãe, sogra, tia, vizinho, cachorro, papagaio e periquito. Não posso esquecer dos desconhecidos - eles também fazem parte da comissão! Mas a pior nota você receberá de você mesma. Esse negócio de auto avaliação é furada quando falamos da relação pais/filhos. Entre a vontade de educar e o medo de ser dura demais existe um container com algumas toneladas de culpa.
Não é brinquedo não!
Se eu fosse esperta teria pensado mil vezes antes de embarcar nessa viagem. Que dó de não ter lido aquele texto esperto antes. Vamos gente, não é tão complicado saber de que texto eu falo... Faz poucos meses que ele causou revolta na blogosfera, e eu quase vomitei se não fosse o desespero em pensar: "Pqp. Náuseas? Só me falta estar grávida de novo!"
Filhos. Pra que filhos?
Segue abaixo meu atestado de total insanidade mental:
Se eu não tivesse meu filho jamais teria de fato vivido a palavra incondicional. Ela esteve presente por longas madrugadas enquanto meu bebê insistia num timo RN de ser, esteve presente também no período de amamentação e se encontra presente até hoje nesse amor insistente que só faz aumentar.
Sem meu filho eu não saberia do poder de cura concentrado na gargalhada de uma criança. Cura um péssimo dia de trabalho, cura decepção, falta de grana e até TPM!
Sem o Enzo eu não teria me aproximado tanto de Deus. Como iniciar ou terminar um dia sem agradecer a Ele por esse presentão?
Sem o guri eu teria esquecido como é bom ser criança, brincar de imaginar, acreditar, ser otimista e ver as coisas por um ângulo mais simples.
Sem ele também eu teria me acomodado na vida. Para que metas? Crescer profissionalmente? O que tenho me basta.
Sem esse moleque eu também não me preocuparia com questões ambientais Que se exploda o que vou deixar para as futuras gerações. Mas peraê! Meu filho faz parte dela né?
Também não saberia o que é ser acordada com beijos, ganhar mini abraços apertados... Não conseguiria rir de mim mesma sendo idiota e dançando HI-5.
Confesso que não sou muito inteligente... mas confesso também que o meu menininho foi a "burrice" mais gostosa que eu já cometi.
Tem mais alguma "burra feliz" por aí?